Semana da Cidadania - SUBSÍDIO COMPLETO

25/03/2010 11:24

APRESENTAÇÃO

A Semana da Cidadania em 2010, em sintonia com a
Campanha da Fraternidade e com a Campanha
Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens,
quer falar dos sentidos do trabalho para a vida da
juventude. O trabalho é central para a vida humana.
Por isso, é preciso denunciar quando ele se torna
injusto e desumano à medida que o capital e o lucro
assumem maior importância do que a vida. É preciso
anunciar a possibilidade de organizarmos novas
formas de trabalho, mais criativas, solidárias,
fraternas e justas.
Realizada sempre entre 14 e 21 de abril, a Semana da
Cidadania é elaborada pelas Pastorais da Juventude
do Brasil em parceria com a Rede Brasileira de
Centros e Institutos de Juventude. Juntamente com a
Semana do Estudante e o Dia Nacional da Juventude
ela compõe as atividades permanentes propostas
pelas Pastorais da Juventude do Brasil todos os anos.
O objetivo principal é fazer com que a juventude reflita
em grupo mais profundamente algumas questões do
seu cotidiano e se organize em torno do projeto de
mundo que desejamos, fazendo coisas concretas,
em comunhão com as Igrejas e com as outras
organizações que partilham do mesmo sonho.

 

 

Nossa gratidão em nome de toda juventude brasileira
ao Instituto Paulista de Pastoral e a todos e todas que
contribuíram na elaboração deste material. O Deus da
vida há de recompensar quem se dedica à causa
juvenil. Que o sonho de uma cidadania verdadeira,
profundamente comprometida com a justiça social,
nos motive a enfrentar os ventos contrários ao Reino
anunciado por Jesus. E que o Espírito de Deus,
presente em Jesus Cristo, sopre novos ventos, de
dignidade e de esperança, para a juventude brasileira.
Tábata Silveira dos Santos
Articuladora Nacional da Pastoral da Juventude Estudantil
Membro da Equipe Nacional das Pastorais da Juventude do
Brasil
Pe. Wander Torres Costa
Assessor Nacional do Setor Juventude - CNBB

 

 

ATIVIDADES PERMANENTES EM 2010

 

Tempo de transformação e vida para a juventude
As pastorais da juventude organizam anualmente três
atividades que são conhecidas como “Atividades
Permanentes” (APs). São elas: Semana da Cidadania
(SdC), Semana do Estudante (SdE) e Dia Nacional da
Juventude (DNJ). Tais atividades são mais do que
eventos pontuais do calendário anual dos grupos de
base das pastorais da juventude. Elas são
importantes espaços de formação e mobilização das
juventudes, inserindo-as na discussão de temas
ligados à realidade juvenil, apontando os desafios e,
ao mesmo tempo, alternativas para superá-los. O que
se deseja é que essas atividades sejam momentos
oportunos de enriquecimento ao processo de
educação na fé assumido e vivenciado pelas Pastorais
da Juventude do Brasil.
Na elaboração das atividades permanentes procurase
estar em sintonia com a Campanha da Fraternidade
e com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da
Igreja no Brasil. Além disso, neste tempo em que as
Pastorais da Juventude do Brasil estão em plena
campanha contra a violência e o extermínio de jovens,

as atividades permanentes permitem ecoar o clamor
que sai do coração juvenil: Chega de violência e
extermínio de jovens!
Este ano, as atividades estão articuladas em torno do
tema “Juventude e transformação social”, com
ênfase no debate da Campanha Nacional Contra a
Violência e o Extermínio de Jovens. A proposta é
discutir o papel da juventude na transformação da
sociedade brasileira, enfocando em cada uma das
atividades, um aspecto importante da discussão do
tema central.

 

 

SEMANA DA CIDADANIA
14 a 21 de abril
Tema: Trabalho para a vida, não para a morte
Lema: Juventude, suando e sonhando, em marcha
contra a violência

 

A Semana da Cidadania abordará a realidade do
trabalho. Trabalhar, além de ser uma necessidade é,
principalmente para a juventude, realização e
crescimento. O trabalho não é apenas suor. É também
sonho. Em meio ao suor e a dor do peso do trabalho
está também a oportunidade de sonhar, de
transformar as relações, de ser mais humano e mais
feliz.

 

 

SEMANA DO ESTUDANTE
09 a 15 de agosto
Tema: Cultura: Nossa terra, nossa história, nossos
sonhos
Lema: Muitas caras, muitas cores, em marcha
contra a violência
Na Semana do/a Estudante a conversa será sobre
cultura. A ideia é, a partir da inspiração bíblica do
relato das primeiras comunidades (At 2,42-47),
discutir como a cultura pode contribuir no processo
educativo, valorizando e fomentando as diversas
expressões culturais do povo. É uma tentativa de
valorizar as muitas caras e cores da juventude e
mostrar como o PERTENCIMENTO a uma cultura, a
VALORIZAÇÃO e a MANIFESTAÇÃO das identidades
da juventude, são instrumentos eficazes para a
superação da violência e construção da paz.

 

 

DIA NACIONAL DA JUVENTUDE
Dia 24 de outubro
Tema: DNJ 25 ANOS: Celebrando a memória,
transformando a história
Lema: Juventude: Muita reza, muita luta, muita
festa, em marcha contra a violência
O ano de 2010 marca os 25 anos do Dia Nacional da
Juventude. É um ano de celebração, de gratidão, de
festa e alegria. É ano de Jubileu! Na Bíblia, Jubileu
significa tempo de devolver ao ser humano a
dignidade perdida, tempo de libertar as pessoas de
toda forma de escravidão, tempo de recuperar os
sonhos perdidos e fortalecer a utopia. Assim, nada
melhor do que, neste ano jubilar, devolver à juventude
o que lhe tem sido roubado: a vida em plenitude! O
Jubileu é a festa onde os humildes são exaltados, os
famintos são saciados e os pobres valorizados. O Dia
Nacional da Juventude será, portanto, uma grande
festa da juventude ferida, machucada, maltratada que
volta a viver e sonhar.

 

 

PRA COMEÇAR O PAPO

Na Semana da Cidadania queremos refletir sobre o
trabalho como uma oportunidade de se organizar, de
sonhar junto, de cuidar dos que trabalham com a
gente. A dignidade humana também se realiza através
do trabalho, do encontro com pessoas diferentes, do
aprendizado e do crescimento coletivo, dos sonhos e
da organização das lutas em favor da vida.
No Evangelho de Mateus, Jesus lança o convite: “Ide
vós também para a minha vinha” (Mt 20,7). É desejo
do Pai que a construção do Reino também passe pelo
trabalho humano - e ninguém deve ficar de fora.
Nesse capítulo do Evangelho de Mateus, Jesus
apresenta uma nova visão do trabalho: ele deve
garantir a dignidade de todos/as e não ser
instrumento que gera desigualdades.
Diante dessa visão mais ampla e revolucionária é
urgente superar toda forma de exploração, violência e
exclusão, e pensar o trabalho como a experimentação
do novo na busca de outro mundo possível, onde se
gera não qualquer vida, mas uma vida plena e
abundante. Até porque não podemos nos esquecer:
A JUVENTUDE QUER VIVER!

 

A JUVENTUDE E O MUNDO DO TRABALHO
"Não somos pescadores domingueiros, esperando o peixe.
Somos agricultores, esperando a colheita, porque a
queremos muito, porque conhecemos as sementes,
a terra, os ventos e a chuva, porque avaliamos as
circunstâncias e porque trabalhamos seriamente.”
Danilo Gandin

 

Nas últimas décadas, a juventude do campo e da
cidade tem presenciado e sofrido com o avanço das
políticas neoliberais de reestruturação produtiva, que
geram, entre outros problemas sociais, o desemprego
estrutural e a precarização das relações de
trabalho. Esta é uma realidade mundial. Contudo, o
problema que afeta a juventude não está isolado das
dificuldades a que o conjunto da sociedade está
sujeito. Fenômenos sociais como o racismo e o
sexismo definem a ocupação dos postos de trabalho
e o acesso às melhores remunerações. Jovens
mulheres e jovens negros, mesmo quando possuem
semelhante qualificação técnica, recebem menores
salários. Uma realidade que demonstra que as
desigualdades no país atingem prioritariamente um
mesmo grupo social: jovens, pobres, negros e
mulheres.
A luta pelo trabalho, como um dos direitos
fundamentais do ser humano, central para sua
realização pessoal, é uma tarefa importante. No
entanto, é preciso ter o entendimento de que esta
tarefa deve servir à libertação dos homens e das
mulheres (jovens ou não) e não a sua exploração e
desumanização.
“Não explores o teu próximo, nem pratiques
extorsão contra ele. Não retenhas contigo a diária
do assalariado até o dia seguinte” (Lv 19,13)

 

Dados e informações de artigos e pesquisas sobre
Juventude e Trabalho contribuem para compreender
a realidade da juventude brasileira no que diz respeito
ao mundo do trabalho. Um exemplo é a pesquisa
“Juventude e Trabalho: alguns aspectos do cenário
brasileiro contemporâneo” de Carla Coelho de
Andrade do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada). Dentre muitas outras contribuições, ela
nos mostra que:

O desemprego entre os jovens brasileiros é
significativamente superior ao do restante
da população - apesar do aumento da
escolarização dos jovens.

O ingresso no mundo do trabalho constituise
em um dos principais marcos da
passagem da condição juvenil para a vida
adulta, mas devido às enormes dificuldades
dos jovens em conseguir uma ocupação,
principalmente em obter o primeiro
emprego, do aumento da competitividade,
da demanda por experiência e por
qualificação no mercado de trabalho, a
transição para a vida adulta tem sido
retardada.

O adiamento do ingresso dos jovens no
mundo do trabalho, a princípio, pode ser

considerado um fato positivo. Um grande
número de pesquisadores e gestores
argumenta justamente que é fundamental
postergar a entrada no mercado de trabalho
para permitir a estes jovens a permanência
na escola e a aquisição de diplomas
escolares de nível mais alto, com vistas à
obtenção de melhores postos de trabalho
(melhor remuneração e maior possibilidade
de realização).

Isso não quer dizer que maior escolarização
garanta automaticamente aos jovens o
ingresso em bons postos de trabalho, pois o
incremento na oferta de mão de obra
qualificada não segue necessariamente o
mesmo ritmo do aumento na demanda por
profissionais qualificados.

Q u a n d o  o  j o v e m b u s c a  e l e v a r  a
escolaridade, o faz combinando o estudo
com a atividade laboral - quando o senso
comum identifica como modelo de jovem
universal aquele que se libera do trabalho
para poder se dedicar aos estudos e ao lazer.
Além de arcar os custos vinculados à
educação com seu trabalho, muitos também
acabam colaborando para melhorar
(garantir?) os níveis de renda e capacidade
de consumo da família.

Quando o trabalho não é uma imposição
ditada pela necessidade de subsistência
familiar, os jovens têm a tendência de
encará-lo como uma oportunidade de
aprendizado, de ter acesso a variados tipos
de consumo e de lazer, de alcançar a
emancipação econômica.

No que tange à inserção no mercado de
trabalho, as trajetórias ocupacionais dos
jovens têm sido marcadas pelo signo da
incerteza: estes ocupam as ofertas de
emprego que aparecem, normalmente de
curta duração e baixa remuneração, o que
deixa pouca possibilidade de iniciar ou
progredir na carreira profissional.

Inquieta igualmente a persistência das
desigualdades de gênero e raça/cor: piores
rendas são exatamente as das jovens
mulheres e as dos jovens negros (pretos e
pardos). Ainda que os dados mostrem uma
redução destas desigualdades, elas
permanecem gritantes.

Hoje, jovens de todas as classes e situações
sociais expressam inseguranças e angústias
ao falar das expectativas em relação ao
trabalho, no presente e no futuro. Eles
vivenciam, de modo sofrido e dramático, o
que alguns estudiosos têm chamado de
“medo de sobrar”.

Diante deste cenário e de outros tantos dados de
pesquisas nesta área, é possível observar que a
questão do trabalho tem se apresentado como uma
das grandes preocupações dos jovens. Segundo a
mesma pesquisa de Carla Coelho de Andrade, o
trabalho é apontado pelos jovens como um dos
principais direitos, além de ser uma das principais
pautas na área de Políticas Públicas para a Juventude.
Observa também que está comprovado que é
necessário desenvolver programas e ações de Estado
que transformem a situação atual, levando-se em
conta o aumento da vulnerabilidade deste grupo
social, a limitada oferta de oportunidades, as
especificidades da condição juvenil contemporânea e
o contexto histórico. “Ser jovem, hoje, é ser afetado
pelo narcotráfico, pela indústria bélica, pela maneira
como funciona o mundo do trabalho. A juventude
rural é o 'espelho retrovisor' do processo de
desenvolvimento do campo e da cidade.” (Regina
Novaes)
Os jovens do meio rural estão, mais do que nunca, na
busca de ampliar seu espaço. Lutam pelo acesso à
cultura, à educação, às tecnologias e à renda, sem
deixar, no entanto, de valorizar suas raízes
campesinas. Para muitos que atuam na agricultura
familiar, a escolha profissional implica em decidir que
caminho seguir: sair ou ficar? Pensar nestes
problemas enfrentados pela juventude rural é pensar
nas dificuldades que atingem a juventude de modo
geral. Apesar das diferenças existentes entre a

realidade do campo e da cidade, não podemos perder
de vista que todos nós sofremos as consequências e
impactos do modelo de sociedade capitalista.
Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Cidadania
no ano de 2004, 84% dos jovens afirmam que o
trabalho possui um sentido de “auto-realização” e
“independência”. Desta forma, é importante reconhecer
que a falta do trabalho, ou o trabalho em
condições precárias ou degradantes, é uma das
formas pelas quais o jovem entra no universo da
invisibilidade.
O jovem sem emprego, sem escola, sem acesso à
cultura e às várias formas de interação com os seus
companheiros de mesma idade acaba preso numa
lógica em que ele passa a se sentir invisível para os
outros. É uma lógica estranha em que o jovem se
sente “fora” do circuito social e acaba cada vez mais
preso a um circuito de violência e preconceito. Em
outras palavras, podemos falar que a exclusão no
mundo do trabalho pode ser um dos muitos fatores
que desencadeiam a violência juvenil.
Isso é sinal de que o trabalho não deixa de ter sentidos
diferenciados, e para além do acesso à renda, o
trabalho é significado pela juventude como
independência, emancipação, possibilidade de
aprendizado, de desenvolver a criatividade, de
vivência da coletividade, de dignidade... Já diziam os

Titãs que a “gente não quer só comida”. O trabalho é
central para o ser humano, desde que seja concebido
como força criadora, transformadora, como
capacidade de realização pessoal, como tarefa de
continuidade do projeto de Deus, de libertação
individual e coletiva e não somente como forma de
garantir as condições “necessárias para a
sobrevivência”. O documento de Aparecida (DAp),
elaborado pelos bispos da América Latina e do Caribe,
nos ilumina nesse sentido:
“Formar na ética cristã que estabelece como desafio a
conquista do bem comum, a criação de oportunidades
para todos, a luta contra a corrupção, a vigência dos
direitos do trabalho e sindicais; é necessário colocar
como prioridade a criação de oportunidades
econômicas para setores da população tradicionalmente
marginalizados, como as mulheres e os
jovens, a partir do reconhecimento de sua dignidade.”
(Dap 406b)
O desafio para a juventude e, especialmente, para as
Pastorais da Juventude do Brasil, é estar presente de
forma intensa na construção de um novo projeto de
sociedade, de um projeto de vida que almeje o
trabalho como produtor de sentidos. Está colocada a
tarefa de construir e apoiar propostas alternativas e
significativas de trabalho e de geração de renda e de
VIDA.

“A Pastoral da Juventude ajudará os jovens a se formar
de maneira gradual, para a ação social e política e a
mudança de estruturas, conforme a Doutrina Social
da Igreja, fazendo própria a opção preferencial e
evangélica pelos pobres e necessitados.” (DAp 446e)
Não há saída sem organização. Não há solução
individual, apenas coletiva. Por isso, somos
convocados e convocadas a trabalhar de forma
coletiva e solidária, a olhar para a realidade de forma
crítica. Somos chamados e chamadas a denunciar o
trabalho como forma de violência, de morte, de
exploração, de desumanização e a anunciar o trabalho
que gera vida, realização, emancipação; que é
criativo, solidário, fonte de desenvolvimento social e
não apenas econômico. Somos convocados acima de
tudo a sonhar... não o sonho dos que esperam, mas o
sonho dos que trabalham e ajudam a construir um
outro mundo, que já sabemos que é possível.

“Vamos juntos gritar, girar o mundo. Chega
de violência e extermínio de jovens”
(Pe. Gisley Azevedo Gomes, css)

 

 

TRABALHAR, POR QUÊ?
Louvamos a Deus pelos talentos, pelo estudo e pela
decisão de homens e mulheres para promover iniciativas e
projetos geradores de trabalho e produção, que elevam a
condição humana e o bem-estar da sociedade. A atividade
empresarial é boa e necessária quando respeita a dignidade
do trabalhador, o cuidado do meio ambiente e se ordena
para o bem comum. Perverte-se ao visar só o lucro, atenta
contra os direitos dos trabalhadores e a justiça.
Documento de Aparecida (DAp 122)

 

Pelo trabalho o ser humano transforma o mundo e
constrói a si mesmo. Trabalhando construímos o
mundo que nos rodeia! Olhe a sua frente e observe:
quantas coisas foram construídas pelas mãos
humanas? Provavelmente a maior parte do que você
vê é fruto do seu trabalho e de outras pessoas
também.
Mas não é só isso! O trabalho nos ajuda a construir
nossa própria identidade! Já reparou que quando
perguntamos a uma criança o que ela quer ser quando
crescer, ela nos responde com o que ela quer fazer?
Parece que o trabalho que fazemos diz alguma coisa
sobre quem somos nós e qual nosso papel no
mundo! Podemos não ser apenas o que fazemos,
mas o que fazemos certamente diz alguma coisa
sobre quem somos.

Qual a importância do trabalho para você e para o
seu grupo? No que vocês gostariam de trabalhar?
Por quê?


A sociedade se organiza para dividir o trabalho que
precisa ser feito entre as pessoas. Dessa forma, cada
um tem sua tarefa e todas as necessidades da
coletividade podem ser atendidas. Isto sempre foi
assim, em todas as sociedades. Por exemplo, em um
navio, há quem cuide da vela, da navegação, da
limpeza e da cozinha.

Em nossa sociedade esta divisão é feita de uma forma
muito mais complicada. Como tudo em uma
sociedade capitalista é regido pelo mercado, o
trabalho não escapa à regra. Então se fala em
mercado de trabalho. Isto significa que o trabalho é
tratado como uma mercadoria e dividido de forma
que algumas pessoas podem comprar o trabalho de
outras. As pessoas que não têm outra opção vendem
seu próprio trabalho para sobreviver!

Você acha que o trabalho é uma mercadoria como
qualquer outra? Por quê?


O trabalhador ou a trabalhadora que vende seu
trabalho recebe em troca um pagamento ou salário. O
empregador paga o salário do trabalhador e fica com
aquilo que ele produziu. O problema aqui é que
geralmente o trabalhador recebe menos pelo seu
trabalho do que o valor daquilo que produziu e quem
comprou seu trabalho fica com a diferença.
Pior ainda é que muitas vezes o salário que recebe por
seu trabalho é insuficiente até para que possa se
manter e sustentar sua família com dignidade. Ao
mesmo tempo há algumas pessoas que recebem
salários altos e podem viver com luxo e conforto.
Por que isto acontece? Será que o trabalho de uma
pessoa pode mesmo valer mais do que o trabalho de
outra? Afinal, todas as ocupações não são
necessárias para o conjunto da sociedade? Por que
então algumas profissões são mais valorizadas que
outras?

E para você?
O que seria um trabalho digno?

 

Vamos ver o que diz o Papa Bento XVI na encíclica
“A Caridade na Verdade (CV)”:


"Qual é o significado da palavra « decente » aplicada ao
trabalho? Significa um trabalho que, em cada
sociedade, seja a expressão da dignidade essencial
de todo o homem e mulher: um trabalho escolhido
livremente, que associe eficazmente os trabalhadores,
homens e mulheres, ao desenvolvimento da
sua comunidade; um trabalho que, deste modo,
permita aos trabalhadores serem respeitados sem
qualquer discriminação; um trabalho que consinta
satisfazer as necessidades das famílias e dar a
escolaridade aos filhos, sem que estes sejam
constrangidos a trabalhar; um trabalho que permita
aos trabalhadores organizarem-se livremente e
fazerem ouvir a sua voz; um trabalho que deixe
espaço suficiente para reencontrar as próprias raízes a
nível pessoal, familiar e espiritual; um trabalho que
assegure aos trabalhadores aposentados uma
condição decorosa." (CV, 63)

 

TRABALHO PARA A VIDA, NÃO PARA A MORTE.

A exploração do trabalho chega, em alguns casos, a gerar
condições de verdadeira escravidão. Acontece também um
vergonhoso tráfico de pessoas, que inclui a prostituição,
inclusive de menores. Merece especial menção a situação
dos refugiados, que questiona a capacidade de acolhida da
sociedade e das igrejas.
(DAp 73)
O discípulo-missionário, respondendo a este desígnio,
promove a dignidade do trabalhador e do trabalho, o justo
reconhecimento de seus direitos e de seus deveres,
desenvolve a cultura do trabalho e denuncia toda injustiça.
(Dap 121)

 

Muita gente acha que violência e desemprego não
têm nada a ver. Acredita que o aumento do número
dos assaltos, furtos e até homicídios não são também
influenciados por uma piora nas condições de
trabalho e aumento do desemprego. Para testar esta
teoria, o economista Márcio Pochmann (em seu livro
“e-Trabalho”) comparou os dados de violência e
desemprego nas grandes regiões metropolitanas do
país ao longo dos anos 90 e... surpresa! Para cada
crescimento no número de desempregados, havia
um crescimento proporcional nos índices de
violência.
E adivinhe quem mais sofre com a violência em nosso
país? A juventude, é claro! Apesar de ser a parcela da
população menos responsável por crimes hediondos,
é a que mais sofre com os efeitos da violência
doméstica, do bairro, no trânsito e até no trabalho.
No trabalho? Pois é, há diversas formas de violência
no trabalho. Uma delas é o assédio moral, você já
ouviu falar? O assédio moral ocorre quando o patrão
ou algum/a funcionário/a da hierarquia ofende a
dignidade de um/a subordinado/a através da
humilhação, ridicularização, perseguição, isolamento,
visando desestabilizar a relação da pessoa com o
ambiente de trabalho levando à perda da autoestima e
até gerando traumas.
Outra forma de violência no trabalho é a exploração
do/a trabalhador/a através de longas jornadas que

podem chegar a 12, 15, 16 horas diárias. Muitos
trabalhadores rurais são submetidos a diárias
estafantes para colheita da safra e sequer recebem
hora extra pelo serviço, por exemplo. Nas cidades,
encontramos empresas irresponsáveis que fingem
não ver quando os seus funcionários são pressionados
para que permaneçam no local de trabalho
mesmo depois de “bater o ponto”.
Tudo isso gera uma situação delicada, pois muitas
vezes os empregados têm medo de reclamar e perder
a única fonte de recursos que têm para manter suas
famílias. O pior é quando essas cargas exageradas
geram as doenças laborais, ou seja, a pessoa fica
doente de tanto trabalhar. Um exemplo são as lesões
por esforços repetitivos (LER), que causam inflamações
nas articulações e fortes dores quando a pessoa
tenta fazer determinados movimentos.
Há também comerciantes inescrupulosos que se
utilizam do trabalho de imigrantes ilegais (especialmente
da América Latina e Ásia) como forma de
conseguir mão de obra barata para colocar produtos a
preço mais baixo no mercado e obter mais lucro.
Esses imigrantes são condenados a trabalhar em
verdadeiros regimes de escravidão! Infelizmente
também encontramos em muitas cidades uma triste
realidade ainda por ser erradicada de nosso país: a
exploração do trabalho infantil.

O sociólogo Ricardo Antunes vem nos lembrar que na
sociedade atual “Os que têm emprego trabalham
muito, sob o sistema de 'metas', 'competências',
'qualificações', 'empregabilidades', etc. E, depois de
cumprirem direitinho o receituário, vivem a cada dia o
risco e a iminência do não trabalho.” Aí chegamos a
um ponto crucial que vale a pena colocar na mesa
para conversar: qual o papel das Leis Trabalhistas
para regulamentar e proteger o/a trabalhador/a? A
partir do que diz o Documento de Aparecida, o que faz
a Igreja (e também o nosso grupo, comunidade,
diocese, etc.) para promover a dignidade e combater
a injustiça no mundo do trabalho?
De olho na Bíblia
“O povo da terra pratica extorsão, comete roubos,
oprime o pobre e o necessitado e maltrata o
estrangeiro sem julgamento. Procurei entre eles
alguém que construísse um muro e ficasse firme na
brecha diante de mim em favor do país, para eu não o
destruir, mas não o encontrei”. (Ez 22,29-30)
O profeta Ezequiel viveu por volta do ano 600 antes de
Cristo e naquela época já tinha dificuldade em
encontrar alguém que levantasse a voz para defender
os oprimidos contra o “povo da terra” (latifundiários).
E hoje? Conhecemos alguém que faça algo para
melhorar a situação dos/as trabalhadores/as?

O que fazer quando convivemos ou sabemos de
situações de violência, doenças laborais ou
exploração no trabalho?
Você já ouviu falar na proposta de redução da
jornada de trabalho sem redução do salário?
Acha justo o/a trabalhador/a ganhar apenas um
salário mínimo e trabalhar oito horas por dia,
sem possibilidade de experimentar os benefícios
do lazer, do tempo livre, do encontro com a
família e com os amigos?

 

 

NOSSO SONHO E SUOR
“Ide vós também para minha vinha” (Mt 20,7)

 

Tudo o que criamos com nossas próprias mãos e
pensamentos é nosso trabalho, nossa contribuição
para a obra da criação e transformação da natureza
em cultura: nosso jeito de ser, agir, pensar e se
comportar individual e coletivamente.
Ainda que prevaleça em nossa sociedade a lógica
imposta do “trabalho para a sobrevivência a qualquer
custo”, da transformação da força do trabalho em
mercadoria, do trabalho como lugar de exploração e
violência, precisamos construir coletivamente a
superação dessa lógica a partir de alternativas
possíveis: trabalho como lugar de convivência
saudável, de prevalência da justiça, de concretização
de sonhos.
Nossos sonhos se concretizam no trabalho material
ou intelectual que realizamos, fruto de nossa vocação
e projeto de vida. Quando o fruto do nosso trabalho
corresponde àquilo que sonhamos, planejamos e
realizamos em comunidade, é sinal de que estamos
realizando, pondo em prática, também o sonho do
Deus da Vida, contribuindo com sua obra criadora. É
também construção do Reino de Deus.
Aqui sim, o trabalho adquire outros sentidos,
diferentes do sentido de “produção-exploração” que
a sociedade capitalista lhe dá. O trabalho se concebe
como concretização da vocação a que somos
chamados: colaboradores na tarefa de criar e produzir
nova cultura de solidariedade, de justiça, de partilha e
não de acúmulo, de paz! O trabalho torna-se criativo,
espaço onde os sonhos têm lugar! E já sabemos que
“sonhos que sonhamos juntos, já são começo da
realidade”!
Nosso sonho, porém, deve ser acompanhado da luta:
por justiça nas relações de trabalho, por respeito aos
direitos dos trabalhadores, pela urgência da reforma
agrária e condições dignas de trabalho no campo,
pelo direito à renda, saúde e vida digna.
No Evangelho de Mateus (20,1-16) - que tal ler esse
trecho? - Jesus utiliza uma parábola para apresentar
essa nova lógica a respeito das relações de trabalho.
Fala de um patrão que paga, ao final do dia, o mesmo
salário a todos os trabalhadores. Embora alguns
tenham suado durante doze horas e outros tenham
trabalhado menos tempo, todos têm uma família para
levar adiante. Por isso, paga a mesma coisa para
todos. Não esbanja pagando mais que o habitual, mas
não permite que ninguém fique sem o necessário
para aquele dia.
Na obra “Um tal Jesus”, encontramos esse trecho do
Evangelho contado em forma de diálogo. Após,
segue a seguinte reflexão:
“Diante desta parábola muita gente reage com
indignação, com amargura. São mentalidades
comerciais: a tanto de esforço, tanto de prêmio; a
tantas horas, tanto de pagamento. O que sair disso, é
injusto. Mas Deus não é um banqueiro, um capitalista
eficaz. Nele não há números, há sentimentos. Ele tem
coração. As mentalidades mesquinhas ficam
incomodadas com os gastos do generoso. Por isso
esta história sempre será escandalosa para todas
aquelas pessoas que pensam só em méritos para se
“assegurarem” do céu.
A primeira comunidade cristã repetiu o gesto do bom
patrão: dava a cada um segundo suas necessidades,
não segundo o que produzia (At 2, 44-45). A autêntica
justiça é mais qualitativa que quantitativa, busca a
unidade e não a uniformidade. Postula que cada um
se desenvolva tal como é, em todas as suas
possibilidades. Que cada um possa viver.
Para além da justiça estrita da diária necessária, Jesus
propõe também neste episódio o tema da felicidade.
No fundo, por trás de todos os nossos atos, todos os
seres humanos, estamos perseguindo sempre uma e
mesma coisa: a felicidade. Todos os desempregados
que se encontravam na praça e todos os moradores
de Cafarnaum estiveram falando de pranto, todos
reclamando sua felicidade. Pois bem, Jesus diz que
esta felicidade chegará para todos e que Deus não
faltará à sua promessa de bom patrão. A história
humana, cheia de injustiças e dores, será resgatada
pelo amor de um Deus libertador. E também será
resgatada a pequena história de cada um, com suas
lágrimas e suas dificuldades. Porque o projeto de
Deus é que sejamos felizes hoje e para sempre. Esta é
a certeza da nossa fé (Rm 8, 31-37)”.
(Veja o texto completo em https://www.untaljesus.net/texpor.
php?id=1300061, ou no site: www.ipejota.org.br “publicações”,
ou no fascículo 3 impresso da coleção de “Um tal
Jesus”).

Para refletir em grupo:
1. Em nossa realidade, há exemplos de jovens que
sonharam juntos e inauguraram novos modos de
viver o trabalho, novas formas de convivência no
trabalho, de geração da renda e pagamento pelo
trabalho desenvolvido?


2. A realidade da juventude com relação ao trabalho
no nosso país é diferente da realidade de outros
países da América Latina? Vamos participar do Projeto
de Revitalização da Pastoral da Juventude Latino-
Americana e da preparação do III Congresso Latino-
Americano de Jovens, que acontecerá em setembro
de 2010 na Venezuela e acompanhar as reflexões
sobre a realidade da juventude latino-americana? Que
tal sonharmos um novo mundo do trabalho possível,
em comunhão com jovens de toda a América Latina?
Informações na internet:
www.pjlatino.redejuventude.org.br


DICAS DE AÇÃO PARA A SEMANA DA CIDADANIA

Para dinamizar a realização da Semana da Cidadania
que tal promover alguma(s) das sugestões abaixo?

 

Pesquisar quais políticas públicas para
o trabalho existem em sua cidade. Elas
funcionam? Quantos jovens são
beneficiados? Como poderiam ser
melhoradas/ ampliadas?

 

Existem iniciativas de Economia
Solidária ou Projetos de Geração de
Renda na sua região? Que tal uma
visita para conhecer mais de perto?

 

Os sindicatos ou associações
profissionais são atuantes? Que
propostas têm para melhorar a vida
do/a jovem trabalhador/a?

 

Vocês sabiam que a cultura pode ser
uma boa oportunidade de trabalho?
Conhecem alguma trupe de teatro,
banda, grupo folclórico ou de dança
formado por jovens? Isso pode ser
visto como uma forma de trabalho?


Que espaços de apoio ao trabalhador
com serviços de orientação, formação,
divulgação de vagas, etc. existem na
sua localidade?

 

Promover oficinas de elaboração de
currículos, acompanhamento
vocacional, elaboração de projeto de
vida, etc.

 

Quais oportunidades são oferecidas
por organizações do terceiro setor
(ONGs, Associações, Institutos). Vocês
já pensaram em se organizar como
ONG e elaborar projetos?

 

O que acha de se envolver na
campanha, organizada nacionalmente
por sindicatos e centrais sindicais,
com o objetivo de reduzir a jornada de
trabalho sem reduzir o salário, como
forma de aumentar os postos de
trabalho e ampliar o tempo livre, e
consequentemente a saúde e o bemestar
do trabalhador?

 

Que tal realizar uma atividade (feira,
seminário, debate, etc.) sobre tudo
isso que conversamos?

ANEXOS

JUVENTUDE E TRABALHO
Waldemar Rossi


Assessor da Pastoral Operária (São Paulo)
A cada ano, cerca de um milhão de jovens atinge a
idade de 16 anos, abrindo perspectiva para entrar
formalmente no universo do trabalho. Se
considerarmos que mais de 85% da população
brasileira é trabalhadora, teremos então um elevado
número de jovens que anualmente procuram
trabalho. Os dados oficiais, porém, não são
animadores porque, segundo o IBGE, ao menos 40%
desses jovens não encontram trabalho. E para os que
encontram “um lugar ao sol” os salários são irrisórios,
variando entre meio e dois salários mínimos, sendo
que a média gira em torno do mínimo nacional.
O quadro se agrava quando olhamos o resultado do
modelo de educação em que a maioria dos jovens
que findam o ensino médio não alcança a média
aceitável do aprendizado: “Quase metade dos 2,6
milhões de alunos que prestaram o Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem) em 2009 teve notas
inferiores a 500 pontos estabelecidos como média
pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep), responsável pela prova, em
todas as quatro áreas avaliadas.” (Estado de São
Paulo de 29 de janeiro de 2010 A17). Com isto não
conseguem ter o discernimento necessário a um bom
desempenho no contexto de sua vida pessoal,
familiar, de trabalho e política.
Perguntamos: O que fazem, em geral, os jovens que
buscam trabalho e não encontram? O que o mundo
capitalista lhes oferece? Que perspectiva de vida feliz
terão?
Outro fator a ser considerado é que os trabalhadores
produzem a riqueza do país (empresário não produz,
vive da produção dos seus empregados), porém,
esses que produzem ficam com parte insignificante
da distribuição da renda gerada, insuficiente para
manter sua vida e a vida de sua família com um
mínimo de dignidade de seres humanos que são -
criaturas de Deus. A economia que vigora no mundo
capitalista é concentradora de riquezas nas mãos de
uns poucos e multiplicadora de miséria para a imensa
maioria. Com a chegada do neoliberalismo essa
concentração se intensificou. Tal fator se agrava
quando entendemos que os Estados - modelo
burguês - estão organizados em função do capital e
não do bem-estar do povo. Assim, todo planejamento
nacional se faz em torno dos interesses das grandes
empresas, em detrimento da qualidade da vida do
povo. Nesta fase do neoliberalismo, a fome já atinge a
2/3 da humanidade - mais de quatro bilhões de
pessoas -, segundo a ONU. Ainda que em alguns
países, por questões históricas, o padrão de vida
esteja acima da maioria das nações, ali também
prevalece a precária distribuição da renda, com
miseráveis se amontoando pelas ruas. Como nos
revela a CF-2010, a atual estrutura econômica em nível
mundial é uma afronta ao projeto de Deus que deseja
“vida em abundância“ para todas as suas criaturas.
Nesse contexto, considerando ainda que os países
imperialistas (EUA e países da União Europeia)
procuram dominar nações menos poderosas, para
delas extrair riquezas, as guerras se multiplicam
dizimando gerações de adultos, de jovens e de
crianças. Enquanto que, internamente, com o campo
aberto ao tráfico de drogas, verdadeiras guerras civis
são travadas. E a juventude é a mais atingida,
principalmente os pobres e negros, tanto no Brasil
como na Europa e Estados Unidos.
Sem trabalho ou com sua superexploração, o que o
mundo capitalista deixa para a imensa maioria da
juventude é uma vida sem perspectivas, embora
continue a lhes oferecer um paraíso aqui na terra, se
consumirem seus produtos, enquanto nega-lhes os
meios para adquiri-los. Não é por menos que
presenciamos jovens alienados, desesperados, sem
sequer compreender o que se passa e quais as
causas da sua marginalização e miséria. O desafio,
então, que se coloca, para nós cristãos, é como
desenvolver um amplo trabalho de conscientização e
de organização da juventude visando prepará-la para
exigir profundas mudanças estruturais, como no caso
do Brasil. O presente e o futuro estão nas mãos da
juventude e esta precisa se capacitar para exercer seu
protagonismo no mundo da cultura, do trabalho, da
economia e da política (no seu amplo sentido, não
unicamente partidário). Para tanto é preciso repensar
a organização e a função do trabalho, colocando o ser
humano como o destinatário de toda a produção e
não o homem a serviço da produção. Repensar a
organização da Nação tendo seus Poderes sob
controle popular e voltado, em primeiro lugar, para o
bem comum.

MATERIAL DE APOIO
Filmes.................................................................


Ilha das Flores - Este filme retrata a sociedade atual,
tendo como enfoque seus problemas de ordem
social, econômica e cultural, na medida em que
contrasta a força do apelo consumista, os desvios
culturais retratados no desperdício e o preço da
liberdade do homem, enquanto um ser individual e
responsável pela própria sobrevivência. Um tomate é
plantado, colhido, vendido e termina no lixo da Ilha
das Flores, entre porcos, mulheres e crianças (12 min
- disponível no Youtube).


Diamante de Sangue - No país africano Serra Leoa,
na década de 90, o filme acompanha a história de um
mercenário sul-africano e um pescador. Seus
destinos são unidos por conta da busca por um raro
diamante. Com a ajuda de uma jornalista, eles
embarcam numa perigosa jornada em meio a uma
guerra civil (138 min).


A Máquina - Em Nordestina, cidadezinha perdida no
sertão, uma jovem sonha em ser atriz e partir para o
mundo. Antes que seu amor lhe escape, seu
admirador adianta-se numa cruzada kamikaze para
trazer o mundo até ela. Uma história em que os
sonhos contradizem a realidade, as condições
geográficas e políticas ameaçam conter a vida, e o
amor desempenha o papel de elemento transformador
(95 min).

A História das Coisas - Da extração e produção até a
venda, consumo e descarte, todos os produtos em
nossa vida afetam comunidades em diversos países.
O documentário revela as conexões entre diversos
problemas ambientais e sociais, e é um alerta pela
urgência em criarmos um mundo mais sustentável e
justo (20 min - disponível no Youtube).


Tempos Modernos - Um trabalhador de uma fábrica
sofre um colapso nervoso por trabalhar de forma
quase escrava. Ao se recuperar, encontra a fábrica
fechada e, confundido com o líder de uma greve,
acaba preso. Saindo da prisão, encontra uma jovem
em apuros e a ajuda. Os dois se unem atrás de
emprego e vivem uma série de aventuras (88 min).


Na Natureza Selvagem - Após concluir seu curso
universitário, um brilhante aluno e atleta abre mão de
tudo o que tem e de sua carreira promissora. O jovem
doa todas as suas economias para caridade, coloca
uma mochila nas costas e parte para o Alasca a fim de
viver uma verdadeira aventura. Ao longo do caminho,
ele se depara com uma série de personagens que irão
mudar sua vida para sempre (140 min).


Gênero, Mentiras e Videoteipe - De maneira
descontraída e bem-humorada, procura mostrar
como as pessoas são educadas para serem homem
ou mulher. Produção da SOF, Instituto Cajamar e TV
dos Trabalhadores, com apoio da Croccevia (20 min).

O Germinal - Baseado no clássico de mesmo nome
de Émile Zola, a trama conta a história das pessoas
que trabalham em minas de carvão. A revolta começa
quando os salários são diminuídos, mesmo frente às
péssimas condições de trabalho oferecidas. Quem
traz à tona essa indignação é Etienne, em
contraposição à família Meheu, que depende única e
exclusivamente do trabalho no local (170 min).

 

Músicas..............................................................
Cidadão - Zé Geraldo
Até Quando - Gabriel Pensador
Pedro Pedreiro - Chico Buarque
La Plata - Jota Quest
De Volta ao Planeta dos Macacos - Jota Quest
Um Homem Também Chora - Gonzaguinha
Trabalho e Festa - Gonzaguinha
Comportamento Geral - Gonzaguinha

 

Poesias...............................................................
Operário em Construção - Vinicius de Morais
José - Carlos Drummond de Andrade
Canção Óbvia - Paulo Freire
O homem, As Viagens - Carlos Drummond de
Andrade

Sites...................................................................
www.juventudeemmarcha.org
Site da Campanha Nacional Contra a Violência e o
Extermínio de Jovens
www.assediomoral.org
Site dedicado a explicar e denunciar situações de
Assédio Moral no trabalho
www.mte.gov.br/biblioteca
Site da biblioteca do Ministério do Trabalho, com
informações sobre trabalho escravo, direitos
trabalhistas, saúde do trabalho, etc.
www.mte.gov.br/politicas_juventude
Site do Ministério do Trabalho voltado para a
juventude
https://bit.ly/bC0uRz
Pesquisa do IPEA 2008 sobre Juventude e Trabalho
www.cinterfor.org.uy/jovenes/doc/not/libro60/ii/
index.htm
OIT - Organização Internacional do Trabalho (site com
foco em juventude e trabalho)
https://40horasja.cut.org.br/
Site da campanha da Central Única dos Trabalhadores
pela redução da jornada de trabalho.


ALGUNS CONTATOS QUE PODEM AJUDAR:
Setor Juventude
SES Q 801 Conj. B CEP 70410-900
Brasília - DF
Tel: (61) 2103-8341
juventude@cnbb.org.br
Pastoral da Juventude Rural
pjr.comunicacao@gmail.com
Pastoral da Juventude do Meio Popular
equipedeservico@gmail.com.br
www.pjmp.org
Pastoral da Juventude Estudantil
secretaria@pjebr.org
www.pjebr.org
Pastoral da Juventude
comunica.pj@gmail.com
www.pj.org.br
Projeto de Revitalização da Pastoral da Juventude
Latino-Americana
www.pjlatino.redejuventude.org.br
Rede Brasileira de Centros e Institutos
www.redejuventude.org.br
Site da Rede Brasileira de Centros e Institutos

CAJU - Casa da Juventude Pe. Burnier
11ª Avenida, 953 - Cx. Postal 944, Setor Universitário
CEP: 74605-060 - Goiânia/GO.
Fone: (62) 4009-0339 - Fax: (62) 4009-0315
caju@casadajuventude.org.br
www.casadajuventude.org.br
CCJ - Centro de Capacitação da Juventude
Rua Bispo Eugênio Demazenod, 463-A, V. Alpina
CEP: 03206-040 - São Paulo/SP
Fone/fax: (11) 2917-1425
ccj@ccj.br
www.ccj.org.br
Centro de Juventude Anchietanum
Rua Apinagés, 2033, Sumarezinho
CEP: 01258-001 - São Paulo/SP
Fone: (11) 3862-0342
secretaria@anchietanum.com.br
www.anchietanum.com.br
Centro Marista de Juventude - Colatina
Rua Ruth Mello e Silva, s/n, Fazenda Vitale
CEP: 29707-100 - Colatina/ES
Fone: (27) 3722-4674
cmjcolatina@marista.edu.br / cmjcolatina@hotmail.com
Centro Marista de Juventude - BH
Rua Aymoré, 2480, 2º andar, Bairro de Lourdes
CEP: 30140-072 - Belo Horizonte/MG
Fone: (31) 2129-9000
cmjbh@marista.edu.br
www.cmpbh.com.br

Centro Marista de Juventude - Montes Claros - MG
Rua Pe. Champagnat, 81, Roxo Verde
CEP: 39400-367 - Montes Claros/MG
Fone: (38) 3223-6621
cmjmoc@marista.edu.br
Centro Marista de Juventude - Natal
Rua José de Alencar, 809, Cidade Alta
CEP: 59025-140 - Natal/RN
Fone: (84) 3221-2298
cmj.natal@marista.edu.br
Centro Marista de Juventude - Palmas
504 Sul, Alameda 9, Lote 9
CEP: 77130-400 - Palmas/TO
Fone: (63) 3214-5878
cmjpalmas@marista.edu.br
Centro Marista de Juventude - São Vicente de Minas
Rua São Vicente Ferrer, 610
CEP: 37370-000 - São Vicente de Minas/MG
Fone: (35) 3323-1533
cmjsvicente@marista.edu.br
Instituto de Formação Juvenil do Maranhão
Praça Gonçalves Dias, 288, Centro
CEP: 65060-240 - São Luís/MA
Fone: (98) 3221-1841
ifjuvenil_ma@yahoo.com.br

Instituto de Pastoral de Juventude Leste 2
Rua São Paulo, 818, 12º andar, sala 1203
CEP: 30170-131 - Belo Horizonte/MG
Fones: (31) 2515-5756 - Fax: (31) 2515-5453
ipjlesteii@yahoo.com.br
www.ipjleste2.org.br
Instituto de Pastoral de Juventude
Rua Alegrete, 400, Bairro Niterói
CEP: 92120-170 - Canoas/RS
Fone: (51) 3428-4993
ipj@ipjrs.org.br
https://www.ipjrs.org.br/
Instituto Paulista de Juventude
Av. Celso Garcia, nº 3770, sala 24, Tatuapé
CEP: 03064-000 - São Paulo/SP
Fones: (11) 3571-8580/ 9826-8213/ 8176-5707
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www.ipejota.org.br
Trilha Cidadã
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CEP: 93145-580 - São Leopoldo/RS
Fone/Fax: (51) 3568-7451
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