AGUARDE DNJ 2010 EM NATAL 

 

  Eixo temático: Jubileu 25 anos
Tema: DNJ 25 anos: Celebrando a memória e transformando a história
Lema: Juventude: muita reza, muita luta, muita festa, em marcha contra a violência
Referencial Teológico: “Abra a mão em favor do seu irmão, do seu pobre, na terra onde você está” (Deuteronômio 15)
 

O Dia Nacional da Juventude 2010 será tempo de dar graças pelos 25 anos, fazendo memória do tempo passado e projetando passos e sonhos para o futuro! Jubileu é tempo de revisar as dívidas, de dar a liberdade! O DNJ nos convida a refletir quais dívidas sociais o Brasil tem com a juventude? Vamos saná-las para um tempo de liberdade e vida?Jubileu também é tempo de organizar a “casa”. O que está acontecendo com a nossa “casa” (sociedade)? Que “casa” nós queremos para os próximos 25 anos? Muitas proposições que vamos poder aprofundar no DNJ.

 

AGUARDE EM SETEMBRO ?  

 

  Resgatando o sonho, a utopia e a esperança

  

“Não há possibilidade de pensarmos o amanhã, mais próximo ou mais remoto, sem que nos achemos em processo permanente de ‘emersão’ no hoje, ‘molhados’ do tempo que vivemos, tocados por seus desafios, instigados por seus problemas, inseguros ante a insensatez que anuncia desastres, tomados de justa raiva em face das injustiças profundas que expressam, em níveis que causam assombro, a capacidade humana de transgressão da ética.” (Paulo Freire) 

 

Em primeiro lugar, agradecemos e elevamos nossos louvores a Deus, por cada um/a de vocês que, instigados pela realidade juvenil, se comprometem com a defesa da vida da Juventude. O exemplo de vocês, assim como o de Jesus Cristo, fundamenta cada vez mais os jovens para um processo bem vivenciado de educação na fé. 

Estamos diante de um grande paradigma na juventude contemporânea: como despertar nos/as jovens a capacidade de indignar-se, de voltar a sonhar, de reaver as utopias e sonhos na perspectiva de ruptura com o modelo de sociedade que temos atualmente e avistar um horizonte utópico capaz de ser o ápice dessas mudanças. 

Olhando para o Antigo Testamento, mais especificamente no livro do Êxodo, vemos o despertar da vocação de Moisés. Necessitamos ir ao encontro dos jovens (como verdadeiras “sarças ardentes”) que assim como Moisés, estão acomodados em seus “rebanhos”, pois perderam de vista a vivência de uma espiritualidade encarnada. Os jovens necessitam de algo que os desperte para esta realidade e para esta necessidade de transformação. 

Por outro lado nós, como acólitos da juventude, necessitamos também nos embrenhar na busca de nós mesmos, de nossa essência, de nossa vocação em meio à realidade da juventude. 

Assim convictos de nossas possibilidades, poderemos vislumbrar e desvelar este processo de mudanças e exercer o acompanhamento como um verdadeiro ministério. Este serviço pode ser marcado por várias atitudes que permitirão a vocês acolher afetiva e efetivamente os jovens: dialogar com eles para ouvir suas reais necessidades, sonhos e desejos; ser verazes sem ter uma atitude de quem sabe tudo, dispondo-se a aprender com eles; criar proximidade; abrir possibilidades para que os próprios jovens despertem para o novo que lhes interpela; gastar tempo na escuta. 

Neste processo vocês não estarão sozinhos. Temos conosco a presença de um Deus que “vê, ouve e desce” desde o Antigo Testamento, caminhando com seu povo; um Deus que novamente ouve o apelo da criação e se encarna em Jesus Cristo; e hoje, mais do que nunca, um Deus que se faz presente na caminhada do povo jovem, através dos mártires e daqueles/as que dedicam sua vida em favor da juventude. Contem conosco sempre!

 

Na fraternura jovem,

 

Daiani Fraporti dos Santos – Porto Alegre - RS

Pe. Eduardo dos Santos de Oliveira – Rio Grande - RS

Luiz Fernando Rodrigues – Maringá - PR

Ir. Maria Lucia Gama da Silva – Feira de Santana - BA

Cursistas do 21º CAJO (Curso de Assessores de Jovens) 

Porto Alegre, 20 de julho de 2010

 

 

 

A Juventude Que Viver

 

Autoridades, a juventude quer viver!

Até quando você vai levando, porrada, porrada, até quando vai ficar sem fazer nada?

(Trecho da música até quando? de Gabriel o pensador)

 

Passado 1 ano ou exatos 13 meses, da morte daquele que lutou contra todas as formas de violência juvenil, o nosso querido padre Gisley, vítima daquilo que lutava contra, me vêem alguns questionamentos: Aonde iremos chegar? Aonde iremos parar com tanta violência? O que vamos fazer?

Interessante é observar que aqueles que mais sofrem algum tipo de violência, são na maioria das vezes, jovens pobres e esquecidos, massificados por um governo que a cada dia demonstra a sua ineficiência ao tratar da temática da segurança pública, dos direitos humanos e da violência juvenil.

É importante que reconheçamos que os nossos jovens a cada dia são os mais prejudicados: Irmãos, primos ou até mesmo um colega de trabalho pastoral, são esses que agora vêem sofrendo com a falta de planejamento político para a juventude. Abramos os nossos olhos!

Em meio a toda essa violência que se instaura, é imprescindível que não nos calemos, que não deixemos passar e baixando nossas cabeças como meros cordeiros. Quem não se lembra da morte do jovem sonhador, o Alcides, aquele que ficou conhecido por ter passado em 1° lugar no curso de Biomedicina na Universidade Federal de Pernambuco. Jovem de família humilde e que foi morto a tiros por não saber informar aos criminosos onde estavam os seus vizinhos. E morte do jovem Djair de Jesus, arrastado e executado pela policia militar do estado da Bahia, sem envolvimento algum com drogas.

É diante de cenas como essas, mostradas rotineiramente pela mídia, que olho para as autoridades competentes, responsáveis pelas políticas públicas para a nossa juventude nesse país e não consigo que eles (os responsáveis-mor) me inspirem credibilidade alguma, deixando-nos ao “Deus dará”.

Sinto-me mal, quando olho para o mapa da violência mundial, e vejo o Brasil na terceira posição, atrás apenas da Colômbia e da Venezuela, no tocante a assassinatos juvenis.

Sinto-me mal, em saber que em cada 10 jovens assassinados, 7 são negros.

Sinto-me mal, em saber que se continuar dessa forma que está, até 2013, ou seja, daqui a 2 anos morrerão em média 33.500 jovens, segundo os estudos a RITLA (rede de informação tecnológica latino americana).

Sinto-me mal, em saber que o governo continua querendo reduzir a maioridade penal, onde sabemos que o principal responsável pela violência é a desigualdade social e não o fato de ser jovem.

Sinto-me mal, em saber que ainda são poucas as iniciativas do governo na proposição e na execução de políticas para a juventude.

Por fim, é preciso que diante de tanta crueldade com a nossa juventude, não possamos ficar de braços cruzados e calados. Devemos lutar pela verdade, dizendo por todos os cantos: Autoridades, a juventude quer viver!

 

Artigo escrito por Marcelo Henrique

Colunista do Site Articulação da Juventude Salesiana NATAL/RN